domingo, 3 de janeiro de 2016

Na Roça com os Tachos ou na Casa do Tio Mendes?

Hoje o blogue era para ser dedicado às praias, mas considerando os acontecimentos gastronómicos destes 2 últimos dias guinei para o tema comida porque urge falar dela enquanto estou a quente!

Quando anunciei aos meus amigos e familiares que vinha a STP toda a gente me recomendou “não te esqueças de ir comer ao Sr das Roças com os Tachos” e como sou muito bem-mandada ontem lá decidimos ir, a minha famelga e o Sr Coroné (não se vai chatear por isto pois não Coroné? Porque tal como nas novelas recuámos no tempo e é uma delícia ouvir falar da Tita empregada ao dirigir-se ao Sr Coroné).


Após uma prainha bem catita em Micondó, aquela do baloiço-coqueiro que já falei numa edição, lá fomos, a bem dizer já um bocado esgalfos. A localização do restaurante na Roça de São João dos Angolares é espetacular, estamos em cima de um morro virado para a baía e para a montanha. A decoração também é muito engraçada, alia o espírito africano ao espirito zen, convidando os fregueses a esperar refastelados numas camas ou cadeirões.




Quando chegámos ao local do repasto reparámos que éramos nós os 5 e mais 40 ou 50 pessoas para servir. Acrescido à falta do Sr João aquilo não se afigurava bom presságio. Sugeri então que fossemos ao Miongá (restaurante bem pertinho e também recomendado), mas quando o meu parceiro de vida se dirigiu à Sra que estava a gerir o restaurante, perdi a parada (não há nada a fazer o poder das mulheres vence o comandante mais decidido) e decidimos todos: vamos ficar!





Agora vamos ao que interessa e ao que me levou lá: a comida e conhecer o Sr João Carlos Silva, sim o sr do “- filma Kalu!”. Ora bem, quanto ao segundo motivo “azarzinho”, o senhor foi de férias a Portugal e fez ele muito bem (travarei conhecimento numa próxima, ou mesmo no avião…consta que vem no dia que regressamos). Agora a comida, uma das razões do meu viver: ora bem é o chamado menu degustação, ou seja vão-nos sendo servidos pratos com micro comida em montinhos e depois no final voilá o prato de substancia.

A comidinha dos pratinhos lentamente, mas muito lentamente foi chegando, mas como os empregados eram poucos para as encomendas, os pratos nunca foram trocados. Os jovens empregados iam depositando os montinhos a um ritmo que não estavam habituados e o que acontecia era o seguinte: cada pratinho para degustação levava 3 montinhos, cada montinho era trazido por um empregado, quando acabava a porção de cada um dos empregados eles gritavam para os clientes “ainda não come porque falta um montinho” (o montinho é minha expressão). E ali ficávamos a olhar para 1 ou 2 montinhos à espera do terceiro montinho. “Irrrrra!!!!”diria o saudoso António Silva, parecia que estávamos num casamento mas sem a bela da comida. Quando um de nós tinha a audácia de perguntar o que estávamos a comer, eles respondiam entredentes, como quem diz “come e cala”.

Considerando que os nossos pratos não estavam dignos de apresentação e havia quem estivesse entre nós que já tinha tido outro tratamento decidi publicar fotos do que pode ser mas não foi!

 farofa de laranja + agrião e ananás com molho de azeitona
Batata doce assada+choco frito
Ceviche de peixe andala com limão chinês+manga e maracujá+banana com flor de mosquito
Banana frita com bacon e queijo+ tomate no forno+ omelete de micocó (esta nem a vi)
Depois de 4 pratinhos com 3 montinhos cada ( e são mesmo minusculos), lá nos dirigimos com um prato na mão para a bicha do panelão do frango guisado com arroz que estava bem saboroso. Como um dos molhos que acompanhavam o guisado não estava identificado, houve um de nós que ainda hoje tem a boca a arder…

Frango guisado (com todos)
Continuámos na converseta e ficámos embasbacados quando vimos que toda a gente à nossa volta estava a beber cafés e que tinham vestígios de sobremesas nas mesas. “E nós?” perguntámos ao senhor que andava a servir os cafés? E ele respondeu “quantas já comeram?”. Pensámos que não podíamos estar distraídos, de outra forma eramos esquecidos!

Banana bebeda com chocolate
Tiras de papaia verde com maracuja



Agora os sabores: para quem vem uma semana a STP não é má ideia ir ao Sr João da Roça com os Tachos, de fato estão lá todos os ingredientes com que me debato diariamente no mercado e que por teimosia ou adivinhação vou acrescentando ao meu palato, mas quanto aos meus gostos e penso de quem me acompanhava, em geral é tudo Muito. Muito avinagrado, muito doce, muito apimentado, muito oleoso e pelo que já saboreei em STP às vezes “more is less” porque, é tudo tão bom para quê complicar? 
Por outro lado, o espaço é bonito convida a ficar, se calhar a visitar...é o chamado "os olhos também comem", mas neste serviço para nosso azar foram mais os olhos.

Agora sim, a surpresa do dia a Casa de Petiscos do Tio Mendes. Vínhamos nós da Lagoa Azul, encantados com os peixinhos que vimos e decidimos parar no restaurante Pema que fica em Guadalupe, a norte da capital.


O Tio Mendes português de Abrantes a viver há 25 anos em STP, sãotomense de coração e agora de nacionalidade presentou-nos com a sua comida simples e deliciosa. E Tio Mendes porquê? Ainda não vos disse, mas para os naturais somos todos tios e tias, eu por exemplo aqui sou tratada pelas crianças e adultos por Tia ( e não é o tratamento de Cascais!!!!).


De entrada comemos uns búziozinhos do mar estufados (do mar porque aqui também os há da terra) e logo a seguir uma santola maravilhosa de fresca. 



Também me disse que costuma ter camarões de STP (porque na casa dele não há congelados) o que me espantou, já que ainda não os vi em lado nenhum, mas se ele diz eu acredito. Ao nosso lado estavam 3 senhoras africanas a almoçar ao estilo mama africa a destroçar 3 santolas, 2 costoletas e por fim de sobremesa uma garrafa de tinto.


Não comemos a manga de maracujá, mas no final o Sr Mendes presenteou-nos com um saco de maracujás acabados de apanhar e perguntou-nos se já tínhamos comido safu, porque quem come safu volta sempre a STP (check!).





Balanço feito: não temos fotos lindas como na Roça, mas viemos do Tio Mendes mais satisfeitos.

Quanto a preços e contas vamos lá a ver: na Roça do sr João pagamos 15€/adulto ou 10€/criança acrescido às bebidas que consumimos; no Tio Mendes pagamos uma santola por menos de 10€, mais 0,80€ por cada Rosema (cerveja nacional). É só fazer as contas e ver aquilo que pretendemos quando vamos ao repasto!



















7 comentários:

  1. Parabéns à Simone à Laura e à Sara pelo blogue
    está muito "apetecível" :)
    uma escrita simples muito aliciante convidando-nos a a viajar por terras de S. Tomé
    eu já estou a pensar por lá passar este ano e as vossas dicas ser-me-ão preciosas!
    grata pela partilha
    continuarei a seguir-vos diariamente...

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    1. Obrigada Maria, ainda bem que as dicas sao uteis, venha de mente aberta e verá como STP é lindo!

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    2. na preparação da minha viagem tomarei boas notas do que por aqui nos foram mostrando e sugerindo e tenho a certeza que me serão de grande utilidade.
      obrigada mais uma vez

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    3. na preparação da minha viagem tomarei boas notas do que por aqui nos foram mostrando e sugerindo e tenho a certeza que me serão de grande utilidade.
      obrigada mais uma vez

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. o comentário somente foi removido por se encontrar em duplicado.

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  4. Confirmado no dia seguinte! "Tio Mendes ou a maneira de ser cidadão do mundo" - a saga portuguesa ou de como os portugueses sempre souberam estar no mundo, desde que saímos nas caravelas...

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