Hoje o blogue era para ser dedicado às praias,
mas considerando os acontecimentos gastronómicos destes 2 últimos dias guinei
para o tema comida porque urge falar dela enquanto estou a quente!
Quando anunciei aos meus amigos e familiares que vinha a STP toda a gente me recomendou “não te esqueças de ir comer ao Sr das Roças com os Tachos” e como sou muito bem-mandada ontem lá decidimos ir, a minha famelga e o Sr Coroné (não se vai chatear por isto pois não Coroné? Porque tal como nas novelas recuámos no tempo e é uma delícia ouvir falar da Tita empregada ao dirigir-se ao Sr Coroné).

Após uma prainha bem catita em Micondó, aquela do baloiço-coqueiro que já falei numa edição, lá fomos, a bem dizer já um bocado esgalfos. A localização do restaurante na Roça de São João dos Angolares é espetacular, estamos em cima de um morro virado para a baía e para a montanha. A decoração também é muito engraçada, alia o espírito africano ao espirito zen, convidando os fregueses a esperar refastelados numas camas ou cadeirões.



Quando chegámos ao local do repasto reparámos que éramos nós os 5 e mais 40 ou 50 pessoas para servir. Acrescido à falta do Sr João aquilo não se afigurava bom presságio. Sugeri então que fossemos ao Miongá (restaurante bem pertinho e também recomendado), mas quando o meu parceiro de vida se dirigiu à Sra que estava a gerir o restaurante, perdi a parada (não há nada a fazer o poder das mulheres vence o comandante mais decidido) e decidimos todos: vamos ficar!





Agora vamos ao que interessa e ao que me levou lá: a comida e conhecer o Sr João Carlos Silva, sim o sr do “- filma Kalu!”. Ora bem, quanto ao segundo motivo “azarzinho”, o senhor foi de férias a Portugal e fez ele muito bem (travarei conhecimento numa próxima, ou mesmo no avião…consta que vem no dia que regressamos). Agora a comida, uma das razões do meu viver: ora bem é o chamado menu degustação, ou seja vão-nos sendo servidos pratos com micro comida em montinhos e depois no final voilá o prato de substancia.
A comidinha dos pratinhos lentamente, mas muito lentamente foi chegando, mas como os empregados eram poucos para as encomendas, os pratos nunca foram trocados. Os jovens empregados iam depositando os montinhos a um ritmo que não estavam habituados e o que acontecia era o seguinte: cada pratinho para degustação levava 3 montinhos, cada montinho era trazido por um empregado, quando acabava a porção de cada um dos empregados eles gritavam para os clientes “ainda não come porque falta um montinho” (o montinho é minha expressão). E ali ficávamos a olhar para 1 ou 2 montinhos à espera do terceiro montinho. “Irrrrra!!!!”diria o saudoso António Silva, parecia que estávamos num casamento mas sem a bela da comida. Quando um de nós tinha a audácia de perguntar o que estávamos a comer, eles respondiam entredentes, como quem diz “come e cala”.
Considerando que os nossos pratos não estavam dignos de apresentação e havia quem estivesse entre nós que já tinha tido outro tratamento decidi publicar fotos do que pode ser mas não foi!
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farofa de laranja + agrião e ananás com molho de azeitona |
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Batata doce assada+choco frito |
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Ceviche de peixe andala com limão chinês+manga e maracujá+banana com flor de mosquito |
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Banana frita com bacon e queijo+ tomate no forno+ omelete de micocó (esta nem a vi) |
Depois de 4 pratinhos com 3 montinhos cada ( e são mesmo minusculos), lá nos dirigimos com um prato na mão para a bicha do panelão do frango guisado com arroz que estava bem saboroso. Como um dos molhos que acompanhavam o guisado não estava identificado, houve um de nós que ainda hoje tem a boca a arder…
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Frango guisado (com todos) |
Continuámos na converseta e ficámos embasbacados quando vimos que toda a gente à nossa volta estava a beber cafés e que tinham vestígios de sobremesas nas mesas. “E nós?” perguntámos ao senhor que andava a servir os cafés? E ele respondeu “quantas já comeram?”. Pensámos que não podíamos estar distraídos, de outra forma eramos esquecidos!
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Banana bebeda com chocolate |

Tiras de papaia verde com maracuja

Agora os sabores: para quem vem uma semana a STP não é má ideia ir ao Sr João da Roça com os Tachos, de fato estão lá todos os ingredientes com que me debato diariamente no mercado e que por teimosia ou adivinhação vou acrescentando ao meu palato, mas quanto aos meus gostos e penso de quem me acompanhava, em geral é tudo Muito. Muito avinagrado, muito doce, muito apimentado, muito oleoso e pelo que já saboreei em STP às vezes “more is less” porque, é tudo tão bom para quê complicar?
Por outro lado, o espaço é bonito convida a ficar, se calhar a visitar...é o chamado "os olhos também comem", mas neste serviço para nosso azar foram mais os olhos.
Agora sim, a surpresa do dia a Casa de Petiscos do Tio Mendes. Vínhamos nós da Lagoa Azul, encantados com os peixinhos que vimos e decidimos parar no restaurante Pema que fica em Guadalupe, a norte da capital.
O Tio Mendes português de Abrantes a viver há 25 anos em STP, sãotomense de coração e agora de nacionalidade presentou-nos com a sua comida simples e deliciosa. E Tio Mendes porquê? Ainda não vos disse, mas para os naturais somos todos tios e tias, eu por exemplo aqui sou tratada pelas crianças e adultos por Tia ( e não é o tratamento de Cascais!!!!).

De entrada comemos uns búziozinhos do mar estufados (do mar porque aqui também os há da terra) e logo a seguir uma santola maravilhosa de fresca.


Também me disse que costuma ter camarões de STP (porque na casa dele não há congelados) o que me espantou, já que ainda não os vi em lado nenhum, mas se ele diz eu acredito. Ao nosso lado estavam 3 senhoras africanas a almoçar ao estilo mama africa a destroçar 3 santolas, 2 costoletas e por fim de sobremesa uma garrafa de tinto.

Não comemos a manga de maracujá, mas no final o Sr Mendes presenteou-nos com um saco de maracujás acabados de apanhar e perguntou-nos se já tínhamos comido safu, porque quem come safu volta sempre a STP (check!).


Balanço feito: não temos fotos lindas como na Roça, mas viemos do Tio Mendes mais satisfeitos.
Quanto a preços e contas vamos lá a ver: na Roça do sr João pagamos 15€/adulto ou 10€/criança acrescido às bebidas que consumimos; no Tio Mendes pagamos uma santola por menos de 10€, mais 0,80€ por cada Rosema (cerveja nacional). É só fazer as contas e ver aquilo que pretendemos quando vamos ao repasto!
Parabéns à Simone à Laura e à Sara pelo blogue
ResponderEliminarestá muito "apetecível" :)
uma escrita simples muito aliciante convidando-nos a a viajar por terras de S. Tomé
eu já estou a pensar por lá passar este ano e as vossas dicas ser-me-ão preciosas!
grata pela partilha
continuarei a seguir-vos diariamente...
Obrigada Maria, ainda bem que as dicas sao uteis, venha de mente aberta e verá como STP é lindo!
Eliminarna preparação da minha viagem tomarei boas notas do que por aqui nos foram mostrando e sugerindo e tenho a certeza que me serão de grande utilidade.
Eliminarobrigada mais uma vez
na preparação da minha viagem tomarei boas notas do que por aqui nos foram mostrando e sugerindo e tenho a certeza que me serão de grande utilidade.
Eliminarobrigada mais uma vez
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminaro comentário somente foi removido por se encontrar em duplicado.
ResponderEliminarConfirmado no dia seguinte! "Tio Mendes ou a maneira de ser cidadão do mundo" - a saga portuguesa ou de como os portugueses sempre souberam estar no mundo, desde que saímos nas caravelas...
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