terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Capulanas e Samacacas no Sr Jorge Vacas e Jusine Machel

Hoje estivemos no EL CORTE INGLES de São Tomé, a loja do Sr. Jorge Vacas, dos últimos e únicos portugueses que resistiram às adversidades vividas no país ao longo dos últimos 60 anos. Ir à Loja "Luís e Fonseca" bem no centro da capital, é não só uma ida às compras é também uma lição de história sobre este país que já foi Portugal e que desde 1975 aprende a viver a sua independência.





A residir em São Tomé desde os 14 anos, o Sr. Jorge foi empregado da loja que viria a adquirir e lembra os tempos em que era o governo de Portugal que mandava, em que na capital praticamente só havia brancos e alguns naturais mais abastados. Depois com a independência, muitos dos seus amigos partiram, deixaram cá tudo, mas ele insistiu em ficar pois STP era a terra da sua criação, onde tinha a sua vida e muitos amigos e apesar de ter vivido alguns momentos instáveis, conseguiu com a sua natural resiliência ficar por cá, manter o seu negócio e criar os seus filhos (que já são adultos formados e a viver em Portugal), e ficou em STP onde certamente bate mais forte o seu coração.



Na loja do Sr. Jorge vende-se de tudo e é das lojas mais antigas de São Tomé, mas o que verdadeiramente encanta os ocidentais (e os locais também) são os tecidos que ele vende à peça, ou ao metro. Também vende roupa já confeccionada, que quando andamos nas ruas vimos logo que são desta loja, no fundo a Loja do Sr Jorge é a ZARA dos sãotomenses. 



Foi no meio da conversa com o Sr Jorge que a Laurinha escolheu o tecido para mandar fazer as suas calças frescas, pois os mosquitos têm massacrado forte e feio as pernas da minha cria mais nova (apesar dos 3 frascos de anti-mosquito e da Vitamina B12). 


As minhas amigas que certamente se apaixonem por estes lindos padroes espero que este post seja mais um motivo para virem a STP e conhecerem a loja do Sr. Jorge, porque é um gosto pelas peças e pela simpatia do proprietário.


Saímos do EL CORTE INGLES , com os tecidos e ala à procura da costureira Jusine Machel. Voltas para cima, voltas para baixo, entramos num beco onde perguntamos a uma senhora  que estava à janela onde era a modista. A dita senhora sai de casa, calça os chinelos e vai connosco pela avenida fora a dizer que era atras da clinica, quando já estamos próximas ela pergunta a outra desconhecida "Moça, você não trabalha na Jusine Machel? Então leva esta Dona lá!", a outra ( qual estafeta, como dizia a Sara, recebeu o testemunho) e levou-nos à modista. Chegando lá, um grupo de costureiras olha para nós e silencio, foi nesse momento que uma se levantou e eu perguntei "a senhora é que é Jusine Machel?, ao que a sra respondeu " Jusine Machel já morreu", "ai a minha vida" pensei eu e depois perguntei "Então a senhora é a Ana que o Sr Jorge falou? "Ana não", respondeu a senhora "o meu nome é Anastácia". 





Anastácia tirou as medidas à Laura, mas a roupinha só ficará pronta na proxima semana, entretanto e apesar das minhas preces para um trabalho mais rapido parece que nas perninhas da minha cria haverá ainda festim para os mosquitos saotomenses, valha-nos o Butix, o Previpique e o Block Magic. 

2 comentários:

  1. Vivi um ano em STP, estas senhoras fizeram-me algumas coisas!! Um restaurante a ir: Sabor da Ilha no Parque popular. Pico Mocambo para beber um café à noite...! E tantos outros...!!!!

    ResponderEliminar