sábado, 26 de dezembro de 2015

Bombaim, Dinossauros e Tarzan em STP




Se propusermos a um grupo uma chuva de ideias sobre STP certamente a palavra Roça está no top das mais faladas, mas a Roça de quero falar ultrapassa a dimensão da Roça que conhecemos (da tv; revistas, etc). Trata-se da Roça Bombaim. 
O caminho para esta Roça faz-se de São Tomé para Trindade, uma cidade muito importante na história deste país, já que era para aqui que fugia o povo, os senhores e suas famílias sempre que havia levantamento de escravos ou um ataque de corsários à capital. É uma cidade mais limpa, cuidada e organizada que a capital e tem uma igreja com uma escadaria a fazer lembrar o Bom Jesus de Braga ( mas em pequeno).

Passando Trindade, chega-se ao cruzamento e vira-se para a esquerda. Depois é andar, andar, andar e começamos a entrar no Vale Encantado. Não sei se viram este filme do Vale Encantado da era jurássica, que tratava a Busca do Vale Encantado por um pequeno grupo de dinossauros. Conduzir o nosso jipe até chegar à Roça transportou-nos para o filme em que a vegetação cobre a estrada e é tudo em tamanho XL num caminho com paisagens de cortar a respiração e com o pensamento de que um tiranossauro rex se atire a estrada! Segundo li, a Roça fica mesmo à entrada do Parque Natural do Ôbô, uma reserva natural onde ainda existem espécies por classificar e que possivelmente só existem neste lado do mundo. 





Agora a Roça Bombaim, fica mesmo no Vale, o tal que é Encantado a cerca de 500 m de altitude.
Reza a história que foi um deportado da Índia portuguesa que aqui decidiu fazer a Roça e que foi necessário muito trabalho escravo para desbastar o mato na zona onde esta se encontra. A casa da administração foi transformada em Pousada, onde se pode dormir e comer. Se porventura decidirem pernoitar falem com o Diner (edmerceita@hotmail.com) pois os dados da net estão errados (também já têm luz eléctrica). 
Desta casa pode-se avistar das varandas toda a envolvente e a continuação do mato que não foi desbastado. 




Foi numa destas varandas que eu pedi a um trabalhador para tirar uma foto e ele fez uma pose digna de revista a sorrir com a sua gamela de banana pão na cabeça. 




Foi ainda na Pousada que o Diner nos ofereceu mangostão e nos contou que foi uma princesa indiana que trouxe o fruto para a Roça Bombaim (eu li que foi o tal indiano, mas porquê contrariar uma historia de princesas?). Aprendemos ainda que o desenho que está por fora do fruto indica quantos gomos tem cada mangostāo. Gostei do fruto e saber que em STP só existe naquela Roça e nas outras 2 envolventes ainda o tornou mais apetecível ( pena é que ja esteja fora do tempo dele).



Ainda dentro da casa principal encontram-se arranjos de flores (que também estão para venda) lindíssimos com as flores dali como por ex. as Rosas de Porcelana.


Continuando pela Roça, somos sempre tomados por uma nostalgia daquilo que não conhecemos mas que conseguimos descortinar que já foi em grande: as casas dos antigos encarregados da Roça, as máquinas e os locais onde era tratado o café. 








Causou-me grande espanto saber que nesta Roça no meio do nada, a 20 km da capital (mas que parecem 40 km) havia instalação eléctrica no tempo em que ainda se cultivava em grande escala o café.

Escusado será dizer que toda a visita foi acompanhada de 3 pequenos guias, o Lucas, o Pascoalinho e a Hilária, crianças que vivem nos dias de hoje nas antigas sanzalas e que procuram quem vem de fora com um sorriso do tamanho do mundo e que gostam muito de nos dar a mão só porque sim, a felicidade deles e a nossa está ao alcance de uma mão dada, nada mais. 



Saímos da Roça e regressámos à Cascata grande, aquela que fica no caminho dos dinossauros, aqui o cenário é o da selva, onde as lianas penduradas nas árvores sugerem o Tarzan e a Jane que vivem dentro de nós.






 Não resistimos a um banho de cascata, esquecemos que a agua está fria e levamos com aquela queda de agua forte e feio por cima das nossas cabeças agradecendo a Deus por ter feito cenários tão lindos e nos ter proporcionado estas vivências em STP.


























































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